Rádio Prazer na leitura

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A idosa e o motorista


Uma senhora sobe no ônibus e pergunta ao motorista.
-Pra onde vai esse ônibus senhor?
-Vai para o Bairro Bom fim minha senhora.
 Responde um tanto exaltado o motorista, visto já se encontrava na hora exata de sair do ponto.
-É que eu queria pegar um ônibus que fosse justamente para esse bairro. O senhor podia me levar?
 -Mas é claro senhora, pode subir. A velha senhora sobe no coletivo, muito devagar, e o motorista se vê ansioso por  ainda não haver encontrado o tempo necessário nem para fechar a porta.
 -O senhor pode me dar uma ajuda?
O motorista interiormente irritado, mas com um singelo sorriso responde.
-Sim senhora.
Ligeiramente ele se levanta do seu banco e estende a mão a velha senhora que com dificuldade consegue subir até o ultimo degrau do ônibus.
- O senhor pode me levar até aquele banco ali, mais alto?
O motorista que já se preparava novamente para sentar e finalmente arrancar o ônibus engoliu em seco sua indignação, juntamente com os olhares atravessados dos outros passageiros que se encontravam impacientes com tal situação. Levou a idosa até o banco que desejava sentar. Finalmente, depois desse tempo despendido, já com quase dez minutos de atraso, antes do motorista sentar mais uma vez em seu banco, ela o chama mais uma vez:
-Seu motorista.
Ele gelou, seu coração foi na boca, não sabia se aguentaria mais uma petição, sua generosidade tinha alcançado o clímax.
-Fale minha senhora.
-Pra onde vai esse ônibus mesmo?
-Vai para o bairro Bonfim, minha senhora.
Os lábios dele tremiam só em imaginar o que ela estava pensando.
-Nossa acho que peguei o ônibus errado. Eu queria ir para o Moji, é a idade meu filho, eu tô meio surda sabe, mil desculpas. Me ajuda a descer ?
O sangue subiu nas veias, engoliu em seco e o ritual novamente recomeçou compartilhado com a indignação de todos naquele recinto, principalmente dele que iria chegar mais de vinte minutos atrasado em seu destino. Alguns mesmo indignados pelo atraso comentavam.
 -O importante é que ele fez uma boa ação. Não sei se eu teria paciência como a dele.
 Depois de toda a situação, arrancou o ônibus, indignado e viu do outro lado da rua a senhorinha sorrir e sacudir a mão agradecendo toda a sua generosidade e paciência, sentiu um aperto no peito, ficou triste por não haver sido de coração, consequentemente abaixou os olhos, logo depois ergueu a cabeça novamente e prosseguiu seu itinerário, triste pelo fato de haver-se irritado tão facilmente com aquela velha e inocente senhora, mas apesar de tudo percebeu que havia aprendido uma grande lição naquele dia.
A humildade anda de mãos com a generosidade.

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